Postado por Maria Helena - Nova colega!
Crianças vítimas de violência tornam-se adultos reprodutores da violência, diante da vivência em famílias desestruturadas, não uso essa afirmação como justificativa para uma vida adulta delinquente, pois, acredito que como adultos devemos ser protagonistas de nossa história e escolher ou não reproduzir esse comportamento. Entretanto, ter consciência desse fato nos faz ter um novo olhar diante de nossas crianças e para as famílias que estamos formando e quais valores devem ser repassados para essas famílias.
Não são apenas as violências físicas que causam danos gravíssimos as nossas crianças, adultos em formação para a sociedade, existem as violências psicológicas que também trazem inúmeros transtornos.
Para uma criança em formação psicológica, presenciar maus tratos, a vivência da violência no seu lar, à ausência também é uma grande forma de violência, a ausência de amor, carinho, contato físico, nos torna adultos frágeis, distantes, com graves dificuldades emocionais.
Atualmente, ser uma adulta que foi vítima de violência me torna uma escritora com um olhar mais atento, sensível e crítico. A violência psicológica marcou grande parte de minha vida, e me deixou marcas que tento apagar, ou no mínimo superar. Admito que é um trabalho diário e árduo, sem garantias, e não afirmo isso com um olhar pessimista simplesmente creio que tem marcas impossíveis de serem totalmente apagadas.
Sei que Deus é capaz de apagar nossas dores, entretanto acredito que as cicatrizes permanecem ali eternamente, ao menos para lhe provar o que Deus fez por você.
A falta de controle das emoções, insegurança, medos, dificuldades de relacionamento interpessoal, isolamento são alguns sintomas decorrente da má formação do ser psicológico na infância. E passamos a viver em uma sociedade repleta de adultos doentes emocionais, vivemos, convivemos e construímos relacionamentos, novas famílias e muitos passam toda a vida reféns de reproduzir comportamentos doentes sem o conhecimento dessas práticas em suas famílias e alguns nunca se permitem construir famílias por conta de traumas vivenciados.
Não possuo a resposta de como combater isso, me sinto agraciada, ou melhor muito amada por ter tido uma mão amiga que me fez enxergar minhas deficiências, dificuldades e isso me ajudou a trabalhar nesse problema.
Trabalho eterno, diário de reescrever uma nova história, superar grande parte da vida, a mais importante dela a infância, onde nossa personalidade é formada. E aqueles que foram vítimas de violência física e atualmente são reprodutores delas.
A nos jovens cabe construir uma nova história para nossa sociedade, que o maior acesso ao conhecimento intelectual a maior formação acadêmica sejam pilares de contribuição nesse processo. Porque infelizmente, o amor se esfria cada vez mais.