By: Dilson Ventura - texto crítico sobre mobilização social e a nova democracia
Dentre várias
coisas que nos difere dos animais irracionais o poder de pensar é uma delas,
mas somos muito parecidos com eles quando o assunto é relação interativa com a
natureza de modo geral. É muito fácil perceber como os felinos andam em bando
quando querem caçar. Existe um jogo de olhares, uma combinação simbólica e
acima de tudo uma parceria determinante. No entanto, na maioria dos casos, uma,
somente uma leoa (pois as caças são feitas pelas fêmeas) agarra sua presa e
disponibiliza para os reis da floresta comerem. Depois que eles se alimentam o
que sobra fica para as felinas e os filhotes.
Temos nesse
processo de cadeia alimentar uma organização política e em linha torta uma
chamada democracia elitista. Em que os leões são a elite e as leoas e os
filhotes a sociedade organizada. Nessa representação onde está o ser
social brasileiro? Visivelmente em nenhum lugar que possamos ver, pelo
menos não com um olhar de quem procura um protagonista, todavia esse integrante
existe, ou melhor, no caso da demonstração aqui colocada logo acima, essa
integrante existe. Esse ser social brasileiro é representado por uma das
felinas (ou todas juntas) que lutava em bando para conquistar sua presa. A
partir do momento que uma se destaca com intenções de interesses próprios ou
outro felino impõe autoridade e fica com maior parte do que todos conseguiram o
ser social é desvalorizado e deixado para trás. A democracia dirigente de um
liberalismo conservador existe na leitura que o leão – o Rei da Selva; faz de
sua auto-importância e autoridade. Primeiro ele come, porém ele deixa uma
pequeníssima parte do alimento para seu bando. No ponto de vista da modernidade
democrática isso não seria, propriamente, uma democracia. Por que os felinos,
todos juntos, não poderiam então comer no mesmo instante já que fizeram parte
da caça? Isso seria um modelo democrático feito em conjunto do Rei (o Estado)
com as leoas (a Mobilização social).
O conceito
básico pelo qual existimos parte do princípio de que o ser social é tanto objetivo como subjetivo e está em relação
constante consigo mesmo, com a natureza e com os outros homens. Quando um ser
está em sua individualidade singular, para que seja social, é preciso se
posicionar mesmo que subjetivamente como um ser totalitário – que pense como em
conjunto, bem comum. Um ser social é um ser dialético que se transforma através
das condições sócio-históricas, culturais e econômicas e que contribui e
determina essas condições quando intervém coletivamente interagindo com outros
homens.
A leoa quando se individualizou na busca pela presa, de certa forma,
olhando por outro ângulo, ela também buscava uma ideologia democrática; a de
compartilhar com seu “chefe” de bando e suas companheiras. A diferença desta
questão moral é que a minoria foi beneficiada por uma democratização regida de
“cima para baixo”. Uma política totalmente autoritária sem a participação dos
lucros de forma igualitária. É preciso instaurar uma democracia de "baixo para cima". É preciso que o BANDO SEJA UM!
(O TEXTO É BASEADO NO - artigo científico intitulado: Entre o projeto de modernidade e a efetivação da democracia: marcas deixadas na construção da vida social brasileira, de Giselle Silva Soares)
ResponderExcluirSimplesmente Esplêndido! Podemos dizer que é um certo MAIS VALIA. Uma expressão do âmbito da Economia, criada por Karl Marx onde não existia O BANDO SENDO UM e sim como dito "Uma política totalmente autoritária sem a participação dos lucros de forma igualitária". Esta teoria marxista é uma clara crítica em relação ao capitalismo, indicando a exploração capitalista dos trabalhadores, pois os salários pagos eram uma pequena porcentagem do valor equivalente ao que era produzido. Pois bem, o que falta é justamente UNIÃO, onde cada um poderá somar (dando a sua parte) e o alimento ficará completo. E chegando no total o compartilhar dever ser em igualdade. Neste caso essa equação ficará assim Eu + Você = O BANDO SENDO UM! PARABÉNS Dilson Ventura! Ass: Lílian Ventura
ResponderExcluirObrigado, minha cara colega de jornalismo que "por sinal" é minha esposa! Perfeita ilustração a sua.
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